sexta-feira, 13 de novembro de 2009

A primeira exposição individual de Hugo Canoilas realizou-se em Seia

Hugo Canoilas - Seia, 1994

A carreira artística de Hugo Canoilas, um artista português que concluiu a sua formação superior em Inglaterra e tem exposto em diversas cidades europeias, começa oficialmente em 2000, omitindo exposições anteriores. No entanto, gostaria de recordar aqui que a sua primeira exposição individual ocorreu em São Romão, Seia, em Fevereiro de 1994.

O jovem artista era, à data, aluno do Curso de Artes Visuais da Escola Secundária de Mafra - apesar de ser natural de Lisboa, cresceu e estudou em Mafra – e as suas obras distinguiam-se naturalmente, pela expressividade e cor das composições, numa exposição colectiva paralela à Exposição Nacional de Pintura Prémio Tavares Correia, realizada em Seia no final de 1993 (1).

Logo depois, a empresa de imagem e comunicação “Elenco”, de Mafra, através do Arquitecto Luís Conde, promoveu e organizou a exposição individual de estreia de Hugo Canoilas, realizada no Salão dos Bombeiros Voluntários de São Romão entre 12 e 26 de Fevereiro de 1994.


A mostra compunha-se de 15 pinturas (tinta da china e aguarela) sobre papel, a maior parte delas de grande formato (2), explorando a gramática expressionista em composições equilibradas de formas e cores vibrantes e dinâmicas, muito além do mero exercício escolar. “Gosto de pintar o movimento, o corpo, a paisagem”, escrevia o jovem artista no desdobrável da exposição. “Trabalhei muito as formas de ver. Trabalhei intensamente a face humana, a forma como os outros me viam. Agora trabalho a forma como os vejo, como sinto as coisas” (idem).

A listagem “oficial” de exposições de Hugo Canoilas omite todas aquelas em que participou até 2000, ano de conclusão da licenciatura em Artes Plásticas na Escola Superior de Tecnologia, Gestão, Arte e Design (ESTGAD) das Caldas da Rainha. As primeiras exposições registadas, datam desse mesmo ano: a exposição colectiva de final do curso e uma outra, com Martinha Maia, na Galeria dos 30 Dias (Caldas da Rainha).

Antes da primeira individual em São Romão, Canoilas participara em cinco exposições colectivas: em Mafra (Maio1991), Junta de Turismo da Ericeira (Novembro de 1992), Galeria de exposições temporárias da Câmara Municipal de Mafra (1993), a já referida Exposição Nacional de Pintura Prémio Tavares Correia (Seia, 1993) e na exposição “Os Novíssimos”, promovida pela Câmara Municipal de Mafra na Casa da Cultura D. Pedro V (Mafra, 1994).

Hugo Canoilas


Nasceu em Lisboa em 1977.

Licenciatura em Artes Plásticas pela ESTGAD, Caldas da Rainha.
MA (“Master of Arts”) em Pintura no Royal College of Art em Londres (2004/2006), com bolsa de estudo pelo Serviço de Belas Artes da Fundação Calouste Gulbenkian.
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Exposições individuais:

Paisagens, Certamen Explum (Puerto Lumbreras, Espanha, 2008); Endless Killing, Huarte Contemporary Art Center (Huarte - Navarra, Espanha, 2008); Labyrinth, Galeria Nosbaum & Reding (Luxemburgo, 2008); Peinture, Sculpture, Architecture, Politique, Galeria Quadrado Azul (Lisboa, Portugal, 2008); Un Poema Chino, Colégio Assuncion Jordan, Certamen Explum (Puerto Lumbreras, Espanha, 2007); Frankfurter Kunstverein (Frankfurt., 2007); Giefarte (Lisboa, 2007); Propaganda, Workplace Gallery, Gateshead/Newcastle – Reino Unido, 2006); Galeria de Pintura do Rei D. Luís, Palácio da Ajuda (Lisboa, 2006); A casa de meu pai, Project Room, Centro Cultural de Belém (Lisboa, 2005); Solitude, Assírio & Alvim (Lisboa, 2004); Galeria Lisboa 20 Arte Contemporânea (Lisboa, 2003); Margens, Galeria Municipal do Montijo (Montijo, 2003); Pinturas de Verão, Art Attack (Caldas da Rainha, 2001); Exposição (Caldas da Rainha, 2000).
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As acções (exposições, instalações, intervenções) artísticas de Hugo Canoilas possuem cumulativamente uma dimensão construtiva e uma dimensão expressiva, centradas no desenho como conceito e prática - e daí o re-desenho dos espaços, a paisagem, as perspectivas pouco usuais e até surpreendentes, os percursos condicionados pela re-pintura de objectos, ...). Títulos como "Na Vidraça há o Ruído do Universo" (exposição na Fundação Carmona e Costa, 2007) apelam para essa dualidade e lembram que a representação é sempre uma reinterpretação do real, seja em que escala for: geográfica, arquitectónica, antropométrica, sensorial, ... histórica, filosófica, moral. Em minha opinião, a sua obra com mais impacto - pela natureza do tema, dimensões físicas da obra e grandiosidade do desenho - é a instalação mural / pintura sobre papel intitulada Endless Killing , realizada expressamente para o espaço do Centro de Arte Contemporâneo de Huarte (Navarra) e aí exposta entre 01 de Março e 01 de Junho de 2008. Sem preconceitos, a obra destaca o papel da violência na evolução e progresso da Humanidade, despoletando múltiplas reflexões socialmente confrangedoras e a incomodidade do observador perante a evidência acusatória do "Assassínio Sem Fim".

Hugo Canoilas participou em diversas exposições colectivas em vários países europeus e encontra-se representado nas colecções da Fundação Carmona e Costa, Centro Cultural de Belém, Caixa Geral de Depósitos, PCR (Pedro Cabrita Reis) Collection, Budapest Galeria, Associação Nacional de Jovens Empresários, Fundação PLMJ, Câmara Municipal de Loures.

Em 2001, foi premiado na Jov'arte, Loures, com o 1º Prémio de Fotografia e, no ano seguinte, recebeu o Prémio Francisco Wandschneider, atribuído no Porto pela ANJE - Associação Nacional de Jovens Empresários.

(1)- Que organizei no âmbito dos Encontros de Arte’93 para a Escola Evaristo Nogueira, entre 20 de Novembro e 12 de Dezembro de 1993.
(2)-Oito com dimensões entre 50 e 100 cm, na sua menor e maior dimensão, três com 50X35 cm e as restantes em formato A3.

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