quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

NATAL 2010

Acrílico s/cartão telado

LUIZ MORGADINHO PREMIADO NO AGIRARTE 13

RICARDO CARDOSO FOI TAMBÉM DISTINGUIDO

Luiz Morgadinho, "No País dos Lambe Botas", 2010, óleo s/tela

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A obra intitulada "No País dos Lambe Botas”, de Luiz Morgadinho, foi distinguida com o Prémio Município de Oliveira do Hospital no âmbito do AGIRARTE 13. Ao contrário do que tem sido habitual, o premiado só foi conhecido ontem, dia 28, a três dias do encerramento das exposições.

A obra "Confronto I", de Ricardo Cardoso (Seia, 1982), foi também distinguida com uma Menção Honrosa. Foi a primeira vez que se atribuiu uma menção honrosa em 13 anos de AGIRARTE.

Luiz Morgadinho, por Sérgio Reis

Luiz Morgadinho é um pintor de inspiração surrealista, cuja obra aborda geralmente temas da actualidade com ironia crítica e recorrendo a uma estrutura comunicativa muito próxima do "cartoon". Natural de Coimbra (1964), reside em Seia, sendo membro da direcção da Associação de Arte e Imagem de Seia. Em 2009, foi homenageado na ARTIS VIII - Festa das Artes e Ideias de Seia. Integra o grupo Trisena.

Após o encerramento em Oliveira do Hospital, a maior parte das obras apresentadas pelos 19 artistas participantes será exposta em Tábua, na Biblioteca Municipal João Brandão, e posteriormente em Góis, num esforço da organização - a Associação OHs XXI, liderada por Luís Antero - para estender o evento a outras localidades.

Henrique do Vale venceu o Prémio do Município em 2008, com a obra "Guarda do Vinho" (acrílico s/tela) e, em 2009, o vencedor foi Sérgio Reis, com a obra "Reencontros" (acrílico s/tela).

http://www.ohs21.org/
http://www.radioboanova.com/

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

RETRATOS DE COLUMBANO NO MUSEU DO CHIADO

Auto-retrato inacabado de Columbano, s/data

73 retratos de Columbano encontram-se expostos no Museu Nacional de Arte Contemporânea / Museu do Chiado, em Lisboa, até ao dia 27 de Março de 2011.

Intitulada “Retratos”, a exposição centra-se na actividade retratista de Columbano Bordalo Pinheiro , (Almada, 21/11/1857-Lisboa, 06/11/1929), um dos pintores mais importantes da sua época, tendo retratado dezenas de personalidades da cultura e da política do final do século XIX e o início do século XX, entre os quais três presidentes da República. Trata-se de uma oportunidade única para apreciar comparativamente os famosos retratos de Columbano já que grande parte das obras expostas são oriundas de colecções particulares e museus estrangeiros (Orsay, Pitti, Belas Artes do Rio de Janeiro).

Artista intelectual e introvertido, sobretudo pintor de composição e de figura, Columbano soltava no intimismo de uma penumbra doce os lampejos psicológicos das suas personagens, construindo retratos intensos mas solitários. A sua paleta única, privilegiando os negros, cinzentos, castanhos e o verde (à Velázquez), desdobrava-se em tons infindáveis nas sombras dos quadros, para as animar subtilmente no todo da orquestração da cena. O génio de Columbano foi descoberto por D. Fernando, o rei artista, e apoiado inicialmente pela Condessa de Edla, que financiou os seus estudos em Paris (1881-1883). Aí conquistaria, em 1900, a mais importante distinção internacional da Exposição Universal de Paris (medalha de ouro), que lhe abriu as portas de muitas instituições portuguesas mas embraveceu os seus rivais e inimigos. A idade acentuou o seu carácter introvertido e o artista encerrou-se num mundo próprio, a meia-luz, desconfiado e egoísta. Apesar de ter leccionado pintura na Escola de Belas-Artes de Lisboa entre 1900 e 1924, não deixou seguidores da sua obra pois considerava intransmissíveis os seus métodos e processos pictóricos.

A exposição inclui ainda um núcleo dedicado ao estudo laboratorial dos quadros de Columbano.

Ver: "Os Bordalo Pinheiro nas Artes".


Retrato de Teixeira Gomes, 1911 (MNAC)

Retrato de Teófilo Braga, 1917 (Palácio de Belém)

sábado, 11 de dezembro de 2010

JOSÉ RODRIGUES HOMENAGEADO EM lAMEGO E NA PÓVOA


No dia 10 de Dezembro, o escultor José Rodrigues recebeu o Prémio de Artes Casino da Póvoa 2010, pelo seu “alto contributo para a Arte e a Cultura em Portugal”.

Considerado o “Casino do Norte”, o Casino da Póvoa de Varzim regista nos últimos anos uma importante animação cultural, sobretudo nas Artes e Letras, promovendo diversas iniciativas culturais e instituindo importantes prémios nacionais.

Apesar de ser natural de Luanda, onde nasceu em 1936, e da sua paixão por Angola, que visita com frequência, José Rodrigues é uma figura incontornável da história da cultura portuense – e das Artes nacionais – dos últimos 40 anos. Juntamente com mais três grandes artistas (Armando Alves, Ângelo de Sousa e Jorge Pinheiro) integrou em 1968 o grupo “Os Quatro Vintes” – que não perdurou, em grande parte por ter sido um produto da concorrência entre Escolas Superiores de Belas Artes (Porto e Lisboa), diluída nos clamores revolucionários de 1974.

Artista com letra maiúscula bem sublinhada, José Rodrigues é na prática escultor, desenhador, gravador. Como professor, orientou várias gerações de artistas. Foi um dos fundadores da Cooperativa Árvore, no Porto, e da Bienal de Vila Nova de Cerveira. Para além de tudo isso, é uma excelente pessoa.

Recentemente homenageado em Lamego (setembro 2010), no âmbito da 2ª edição do Plast&Cine (1), é o autor do monumento a José Saramago em Azinhaga do Ribatejo (2008). Curiosamente, José Rodrigues recebe o Prémio Casino da Póvoa no mesmo dia em que José Saramago recebeu o Prémio Nobel da Literatura (2), mas com uma diferença de 12 anos.

(1) - Em 2009, a homenageada foi Emília Nadal, pintora e presidente da Sociedade Portuguesa de Belas Artes.
(2) - Em 10 de Dezembro de 1998.

A poética dos Descobrimentos

Manoel de Oliveira


Comemorando o 102º aniversário de Manoel de Oliveira, foi estreada no Auditório da Fundação de Serralves, com a presença do realizador, a curta-metragem (16’) “Painéis de São Vicente de Fora, Visão Poética”.

O filme é uma reflexão pessoal de Manoel de Oliveira sobre os painéis do séc. XVI atribuídos a Nuno Gonçalves, um quadro-vivo que dá voz aos protagonistas e enredos da epopeia dos Descobrimentos, num apelo à fraternidade e concórdia entre povos.

Financiado e Produzido pela Fundação de Serralves - Museu de Arte Contemporânea, com o apoio do Ministério da Cultura, da RTP e do Turismo de Portugal, o filme conta com Ricardo Trêpa e Diogo Dória nos principais papéis - São Vicente e de Infante D. Henrique, respectivamente.

“Painéis de São Vicente de Fora, Visão Poética” passou pelo Festival de Veneza 2010 (8 de Setembro), EUA (21 de Setembro), Doc Lisboa (20 de Outubro), Mostra Internacional de Cinema – Brasil (23 de Outubro) e Azores Film Festival (7 de Novembro) e pode ser visto em Serralves até 09 de Janeiro 2011.

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Neve em Seia

Vodra

Aldeia da Serra

Seia

Seia e São Romão

São Romão

COLECTIVA DE DEZEMBRO EM AVEIRO


A Galeria Vera Cruz terá patente em Aveiro, entre os dias 02 e 31 de Dezembro 2010, a sua VII Exposição Colectiva de Dezembro, que reune 28 obras de 19 importantes artistas nacionais, artistas emergentes e artistas locais:

António Neves Cruzeiro Seixas Fernando Gaspar Filipe Rodrigues Gil Maia Góis Pino João Cutileiro João Figueiredo Júlio Pires Lara Roseiro Luís Melo Lurdes Castro Malangatana Mário Botas Noronha da Costa Paula Rêgo Paulo Ossião Raul Perez Rogério Abreu.

Galeria Vera Cruz
Largo da Apresentação, 3ª – Aveiro
info@galeriaveracruz.com

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

OFICINA CRIATIVA

João Amaral e Tânia Antimonova


No dia 26 de Novembro, pelas 18 horas, foi inaugurada a Oficina Criativa de Tania Antimonova no Edifício CACE de Seia, módulo 7.

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Na ocasião, para além da artista, usaram da palavra João Amaral (Presidente da Associação de Artesãos da Serra da Estrela) e a Vice-Presidente da Câmara de Seia, Engª Cristina Sousa. Ambos saudaram a iniciativa, que apoiam como incentivo à criação de emprego numa região onde não abundam os artistas que vivem exclusivamente da arte. A Oficina Criativa resulta de um curso promovido pela AASE destinado a potenciais empresárias, "Criativa no Feminino".



A oficina faculta aprendizagem nos vários domínios das artes plásticas, destinando-se a todas as idades - crianças, jovens e adultos, incluindo as camadas seniores. Na oficina aceitam também todo o tipo de encomendas (escultura, pintura, desenho, gravura, restauro), contando com a participação do artista bielorusso Henadzi Lazakovich - autor do busto do Dr. Manuel Sousa (Escola Evaristo Noguerira, São Romão) e das séries Reis de Portugal e Presidentes da República em pão (Museu do Pão, Seia).

Tatsiana Antsimonova nasceu em Vitebsk, Bielorússia em 1968. Reside em Seia desde 2002. Frequentou a escola de ARTE entre 1978 e 1985 e a Universidade Pedagógica Faculdade de Arte de Vitebsk, entre 1985 e 1990.

É professora de pintura, desenho, composição e artes decorativas.

Realizou a sua primeira exposição individual em 2002, em Mangualde. Expôs depois em Viseu, Guarda e Seia.

Participou em diversas exposições colectivas, entre as quais várias edições da ARTIS - Festa das Artes e Ideias de Seia.


Actualização em 27.02.2011: a RTP1 ("Portugal sem Fronteiras") transmitiu em 26.02.2011, uma reportagem sobre a Oficina Criativa com entrevista a Tânia Antimonova.



Edifício CACE nº 7 - Rua Dr. Gaspar Rebelo, Seia
Tel. 968 114 225

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

ARTE LISBOA 2010


De 24 a 28 de Novembro, vai realizar-se em Lisboa a 10ª edição da ARTE LISBOA.

Muito condicionada pela cimeira da NATO, a ARTE LISBOA 2010 decorre excepcionalmente no Pavilhão do Rio, no Centro de Congressos de Lisboa, um espaço mais limitado que a FIL, no Parque das Nações, onde se realizaram as edições anteriores. As limitações de espaço impuseram uma redução do número de galerias (de 67 em 2009 para 41 em 2010) mas o evento continua a ser a única feira de arte internacional realizada em Portugal.

A ARTE LISBOA 2010 contará assim com uma selecção de 41 galerias de arte moderna e contemporânea, entre as quais 14 espanholas e uma inglesa, que apresentarão obras dos seus artistas, assim como revistas e publicações especializadas.

domingo, 14 de novembro de 2010

EDUARDO BATARDA - "Bicos" na Galeria 111

"Polen", 2009 - CAMB

Intitula-se “Bicos” a exposição de pintura de Eduardo Batarda na Galeria 111, em Lisboa. Sob a vaga provocação do título, as diversas obras em acrílico sobre tela remetem para uma visão crítica particular do mundo mediada pela sintetização das formas e depuração cromática e sublinhada pelas inscrições nas telas e pelos títulos, muitas vezes com trocadilhos irónicos.

O artista desenvolveu a abordagem da forma através de sobreposições em composições irradiantes, já apresentadas na exposição no CAMB (Oeiras, Setembro de 2009 a Janeiro 2010) com Lourdes Castro – uma artista que trabalhou as interacções entre os conceitos de cheio/vazio, presença/ausência, através da exploração da forma delimitada pela linha de contorno e silhueta.

Longe de ser cristalizada, a obra de Eduardo Batarda mantém-se aberta à mudança e aos ecos da realidade exterior, como afirmação individual da diferença, sem carácter panfletário nem programa ideológico. “O seu percurso constitui-se – como ele mesmo deseja e a crítica vai entendendo – “fora do jogo”, ou contra o jogo das conjecturas”, deixou escrito João Pinharanda (1). Características das suas obras são as evocações e alusões culturais mais ou menos submersas, a vocação provocatória expressa através do desabafo irónico, sugestões eróticas e humor – como nos títulos em “poltuguês”, ou a problemática da interpretação chinesa da cultura ocidental e da sua crescente presença e influência económica na Europa. “Nas minhas pinturas não há citações, as coisas estão presentes sem serem citadas” – Eduardo Batarda (1).

A exposição decorre até 31 de Dezembro 2010 (2).
Ver as obras expostas.




Eduardo Manuel Batarda Fernandes nasceu em Coimbra em 1943.

Formado pela Escola Superior de Belas-Artes de Lisboa, após ter frequentado durante três anos o curso de Medicina na Universidade de Coimbra. Realizou uma pós-graduação no Royal College of Art, Londres. Foi bolseiro da Fundação Calouste Gulbenkian. Leccionou na Escola de Belas Artes do Porto. Actualmente, vive e trabalha em Lisboa.

Premiado em Inglaterra e Portugal. Prémio EDP em 2007. Em 2009, no Centro de Arte Manuel de Brito, em Algés, teve lugar uma exposição retrospectiva da sua obra – que abrange a gravura, ilustração ou a BD e “é imensamente complexa, com leituras de segundo e terceiro grau” (João Pinharanda). Muito respeitado nos meios artístico e académico, os interesses de Eduardo Batarda estendem-se à literatura, filosofia/estética e arte antiga, sendo um especialista em desenho do Renascimento.

As suas obras integram diversas colecções públicas e privadas na Europa e nos EUA.


(1) – Entrevista com Eduardo Batarda, jornal Público, 03 de Abril 1992.
(2) - Encontra-se patente na mesma Galeria a exposição “Casa-Carrossel” de Fátima Mendonça (n. Lisboa, 1964)

POP UP LX 2010

(Divulgação Pop Up Lx 2010)

Até 11 de Dezembro, o Palácio Verride (Palácio de Santa Catarina) é o centro do Pop Up Lisboa 2010, um evento que contempla as mais diversas expressões da cultura urbana – com destaque para a as artes plásticas e performativas, novos media, arte urbana, arquitectura, fotografia, música – sob o tema “Nómadas Urbanos” e o lema “viver a cidade, celebrar a cultura”.

Nesse espaço central do Pop Up 2010 decorre uma exposição colectiva multidisciplinar, reunindo obras que exploram a condição e perspectivas urbanas em contexto de modernidade, assim como apresentações temáticas, performances e workshops. O evento contempla ainda intervenções de arte pública e alarga-se a espaços culturais alternativos, locais abandonados ou desocupados e em “não-lugares” da cidade de Lisboa. Ver programa.

O Pop Up Lisboa 2010 desenvolve-se em torno de quatro eixos conceptuais:

"Não Lugares - À luz do conceito desenvolvido pelo antropólogo Marc Augé (1992), o projecto pretende intervir e apropriar-se de espaços urbanos anónimos, descaracterizados, impessoais, de passagem ou desprovidos de vivências e utilidades.

Cultura Mundo - Segundo o filósofo Gilles Lipovetsky, a noção de cultura alterou-se profundamente, na época da hipermodernidade ser artista não é apenas criar obras de arte que sejam reconhecidas no futuro, é comunicar uma imagem, uma marca e através dela criar um suplemento de alma, de sonho e identidade vendáveis.
Novos Valores - A reflexão prioritária sobre os novos valores da sociedade contemporânea, em confronto com conceitos de ética, moral e cultura, no contexto do posicionamento de Lisboa, enquanto cidade dinâmica e catalisadora de expressões, tendências e fluxos artísticos.
Promoção cultural e artística - Determinante para o desenvolvimento sustentável e para a afirmação da identidade de qualquer cidade, seja Lisboa, Berlim, Paris, Nova Iorque, Rio de Janeiro ou outras. " (1)

O Pop Up Lisboa 2010 desenvolveu ainda uma dimensão internacional, com “embaixadores” nas principais cidades de diversos países: Barcelona - Espanha, Beirute - Líbano, Berlim - Alemanha, Buenos Aires – Argentina, Cidade da Praia – Cabo Verde , Cidade do México – México, Istambul - Turquia, Londres – Reino Unido, Pequim – China, Milão – Itália, Nova Iorque – EUA, Quito - Equador, São Paulo – Brasil. A eles compete recomendar novos criadores e projectos para o evento, assim como estabelecer uma plataforma internacional de partilha de informação e intercâmbio cultural.

(1) - texto de apresentação do Pop Up Lx 2010.

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

JOANA RÊGO - Entre a Pintura e as Palavras

(Divulgação Museu M. Amadeo de Souza-Cardoso)

Joana Rêgo expõe actualmente no Museu Municipal Amadeo de Souza-Cardoso, em Amarante, uma série de 15 acrílicos sobre tela de linho. A artista portuense participou nas diversas edições do Prémio Amadeo de Souza-Cardoso e já expôs no museu amarantino em 1996/97. Licenciada em Pintura pela FBAUP, tem um mestrado em pintura pelo San Francisco Art Institute e é doutoranda pela Universidade de Vigo.

Intitulada “Entre a Pintura e as Palavras...”, a exposição coloca-nos perante o desafio do conhecimento e reconhecimento, o jogo da significação. Faz ecoar memórias da aprendizagem das letras relacionando a forma com o som e alguns significados correlativos (nas antigas Cartilhas e em inúmeros jogos didácticos), mas também de algumas obras de René Magritte (1898-1967), que desafiou os limites do conhecimento baralhando as possibilidades da identificação da representação com o real. Magritte recorria a metáforas e paradoxos visuais para provar a insustentabilidade do conceito tradicional de realidade, a lembrar que a “realidade” tem níveis, perspectivas, escalas, jogos de espelhos, armadilhas visuais, “a traição das imagens” (1928-29): “Ceci n’est pas une pipe”, “Ceci n’est pas une pomme”.
Com as suas obras, Joana Rêgo questiona a sobreposição de sentidos que nos levam a identificar um aglomerado de ninhos artificiais com o “Lugar” ou a velha máquina de escrever com a ideia de “Obsoleto” (ele próprio um termo obsoleto) ou lembra que um livro pintado não é um livro, é pintura, mas também que a pintura pode ser escrita e que as letras/palavras podem ser pintura. Tal como o cachimbo que não é um cachimbo, o livro que é pintura perde identidade.

As problemáticas da identidade e da subjectividade marcaram a segunda metade do século XX, condicionando a relação entre poder e conhecimento e a produção/reprodução de normas e de valores, com enormes consequências políticas e sociais.

A exposição pode ser visitada até ao dia 09 de Janeiro de 2011.

Ver currículo completo da artista aqui.

domingo, 10 de outubro de 2010

TRICENA, TRISENA, TRÊS ARTISTAS DE SEIA


"Três artistas de Seia, unidos pela arte – enquanto expressão de uma vontade ou aspiração criativa – e reunidos pela curiosidade de comparar e complementar experiências artísticas, percursos andados e rumos a seguir.Embora enquadráveis em géneros distintos (pintura, fotografia, arte digital), as obras de Luiz Morgadinho, José Calado e Renato Paz dialogam subtilmente estabelecendo múltiplas correspondências. A liberdade técnica da arte digital parece influenciar as fotografias de José Calado e desvela-se totalmente nas narrativas surrealistas de Luiz Morgadinho, enquanto os trabalhos de Renato Paz resumem as virtualidades expressivas das duas primeiras, conjugando as suas especificidades estéticas numa abordagem digital.Recusam em uníssono o vazio narrativo de boa parte das obras de arte actual. O tema orquestrador de “Tricena”, o seu núcleo irradiante e a sua respiração, é o absurdo, com o intuito de desorganizar todas as representações tradicionais através da fantasia e das evidências perturbadoras da realidade, procurando transmitir o que Artaud designava por “magnetismo ardente” das imagens.Com origens geograficamente díspares (Coimbra, Covilhã, Guarda), os caminhos destes três artistas cruzaram-se em Seia, onde ajudaram à diversidade enriquecedora do actual momento artístico. Só por isso, mereceriam espaço e tempo para se exporem e explicarem." (1)
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Sérgio Reis

(1) - Texto do folheto da exposição em Penamacor.

AGIRARTE 13

O cartaz do AGIRARTE 13 reproduz a obra vencedora em 2009


Encontra-se em fase de divulgação o AGIRARTE 13 – Festival de Artes Plásticas de Oliveira do Hospital 2010, um evento organizado pela OHs.21 – Associação Cultural e Multimédia de Oliveira do Hospital.

“O número 13, como é sobejamente conhecido, está carregado de forte simbolismo, andando quase sempre de mãos dadas com essa coisa chamada azar. Mas chegar até à 13ª edição do AGIRARTE, o Festival de Artes Plásticas de Oliveira do Hospital, será tudo menos azar. Aliás, para se chegar até aqui foi preciso também muita sorte. Sorte em estarmos unidos, sorte em podermos trabalhar juntos, sorte em termos sempre artistas interessados em participar, sorte em termos os parceiros certos para o sucesso do certame, enfim, sorte em podermos ser bafejados com a arte ao virar da esquina, sempre presente durante o mês de Dezembro, como tem sido habitual ao longo de todos estes anos.

Desde a sua fundação que a OHs.21 tem tido uma palavra a dizer no mês que se avizinha e este ano, naturalmente, não é excepção. Prometemos pintar os espaços públicos do concelho com outras cores e tudo faremos para que tal seja uma realidade.”

Luís Antero (Presidente da Direcção da Ohs.21)


terça-feira, 5 de outubro de 2010

ANA MARIA NA GALERIA SÃO MAMEDE - LISBOA

Pintura de Ana Maria


“Se me desses um jardim de amor pintava flores de chá e abrigava as minhas memórias
Fazia crescer impressões para transportar num colar que me ensinava a amar”
(Ana Maria)

A Galeria de São Mamede em Lisboa anuncia uma importante exposição da artista Ana Maria, a partir de 14 de Outubro. Intitulada “Pintura, Chá e Amor” a exposição composta por 13 pinturas e 15 desenhos estará patente até 11 de Novembro.

Ana Maria, pintora neofigurativa abstratizante, nasceu em Lisboa, em 1959. Licenciou-se em Filosofia. Expõe individualmente desde 1983 tendo sido distinguida no decurso da sua carreira com diversos prémios, entre os quais o «Prémio Nacional de Pintura Júlio Resende» (1990) duas menções honrosas na Bienal de Vª Nª de Cerveira (1991 e 2003), e o importante Prémio Amadeo de Souza-Cardoso em 2005.

Como refere o Arqº Joaquim Carvalho Mota no texto de apresentação do catálogo (cujo texto integral se anexa), “Cada uma das composições inventa um tempo diferente, sem medo, aborrecimento, passado ou futuro. Novas e moderníssimas formas, para criar múltiplas encenações com figuras, todas vivas, todas prontas para o movimento, ao mínimo sinal de agilidade mental. (…)Neste universo de realismo mágico, onde a lei é o desejo, tudo é promessa de felicidade, objecto belo, espirais arco-íris, perpetuamente tempestades de afectividades, libertação da lógica, viagens. As emoções, profundas, juntam-se ao fantástico, em melancolia romântica, pelo apelo forte das imagens, formas aparentemente sinceras, amistosas, difíceis de elucidar.”

Ana Maria convida o espectador a entrar no seu mundo através de um texto muito interessante do qual reproduzimos as primeiras linhas:

“Foi no dia da passagem de todas as passagens que olhou a margem, expôs rios coloridos e descobriu a transparência, a leveza, e todas as coisas belas que puderes esperar. Não tinha medo de pintar.
Nem sempre foi assim, noutros tempos vivia na ingenuidade, preocupada apenas com a evidência, produzia para existir. Não sabia que o tempo tornava a arte num mar grandioso de ondas contínuas sem descansar, sem sossegar, que o seu ”ser” se revelaria numa espiritualidade resistente, combatente, à custa de luta, da tensão e do desejo. ( ...)”

Como referiu Rogério Ribeiro, “Ana Maria tem o sentido maior deste caminhar numa sublime paisagem – quase aérea, quase etérea – como se de um imenso rendilhado se tratasse. (...),espécie de continentes flutuantes que não procuram nenhum porto como morada.
É um trabalho de minúcia exaustiva, de contenção cromática, caminhos de fragmentos que se alinham e desalinham, que se aproximam e se afastam, numa lógica que a própria pintura sustenta e alimenta. É um trabalho que não procura diluir fronteiras entre elementos – a terra e a água (o mar) – aqui assumidos como lugares simbólicos: a pintura alastra, quase tentacular, na tela.”

Francisco Pereira Coutinho
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R. da Escola Politécnica, 1671250-101 Lisboa, de segunda a sexta das 10 às 20,00h e aos sábados das 11 às 19,00 horas.

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

FERNANDO PERNES (1936-2010)

Conheci o Prof. Fernando Pernes na ESBAP no final dos anos 70. Dessa época, é a foto seguinte, onde se vê José Coelho dos Santos, Fernando Pernes, Júlio Resende, Carlos Martins, Silvestre Pestana, Zulmiro de Carvalho, Francisco Laranjo, entre outros.
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Chaves, 1978

Pintor moderno, Fernando Pernes dedicou-se sobretudo à crítica de arte e ao ensino na então ESBAP (actual FBAUP). O seu sonho era, sempre foi, a criação de um Museu de Arte Contemporânea na cidade do Porto – o que tentou primeiro fazer através do Museu Soares dos Reis e, finalmente, no contexto da Fundação de Serralves. Pela sua acção pedagógica e de difusão das artes nacionais, mas em grande parte pelo seu contributo em Serralves – de que foi muito justamente o primeiro director artístico – deve ser considerado um dos maiores protagonistas da cultura portuense e figura de relevo da história da cultura portuguesa do século XX.

A vida e obra de Fernando Pernes foram reconhecidas pela presidência da República, quando Mário Soares lhe concedeu a Comenda da Ordem de Mérito, e pela Câmara Municipal do Porto, através da atribuição da Medalha de Ouro da Cidade. Foi também distinguido em 2007 com o Prémio Seiva Trupe.
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Faleceu no Porto no sábado, dia 02 de Outubro 2010, de pneumonia, e foi sepultado hoje, 04 de Outubro, em Ramalde.

ÁLVARO RÊGO CABRAL (1915-2010)

Faleceu Álvaro Rêgo Cabral, natural de Paranhos da Beira, pesquisador e construtor de Mundos, escritor de Memórias, romancista e ensaísta
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Álvaro Rêgo Cabral, que assinava A. Rêgo Cabral e escreveu sob o pseudónimo de Estorieira Santos, nasceu em 1915 em Paranhos da Beira, Seia, onde os seus pais eram professores, e faleceu em Lisboa a 02 de Outubro de 2010.

Frequentou o Liceu José Falcão em Coimbra e o Alexandre Herculano no Porto, cidade onde se formou em Engenharia Civil.

Enquanto assessor do Prof. Correia de Araújo, foi chamado a dirigir a construção da base de S. Jacinto, em Aveiro. Realizou trabalhos de engenharia um pouco por todo o mundo lusófono, de Brasil a Macau, até se fixar em Angola, onde dirigiu ou colaborou em grandes obras de engenharia.

No início dos anos 60, regressou a Lisboa e foi nomeado Director de Transportes Terrestres do Ultramar. Logo depois, o Prof. Adriano Moreira convenceu-o a regressar a Angola para orientar a ampliação da rede rodoviária da então província ultramarina.

O início da sua actividade literária remonta a 1968, com “Lenda de São Miguel e outras prosas”. Até aí, publicara alguns estudos técnicos e etnográficos. Até 1975, publicou 3 romances, um livro de memórias e um ensaio político. Em 1974, foi distinguido com o Prémio Fernão Mendes Pinto - 45º Concurso de Literatura Ultramarina.

A publicação do primeiro volume da trilogia “N’gi / Nós / Gente”, em 1994, marca o início da sua segunda fase literária, mais estruturada e desenvolta, assinando com o pseudónimo Estorieira Santos.

Em 2005, publicou o ensaio “De religiões : na pista do livro terceiro de António Damásio” (Fundação Lusíada).

Autor de uma crónica quinzenal do Jornal de Santa Marinha “Nótulas meio-heréticas”.

Em 2009, foi proposta a atribuição do seu nome à Biblioteca Escolar do Agrupamento de Escolas de Tourais-Paranhos, actualmente fundido no Agrupamento de Escolas de Seia.
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Sobre ele, a pretexto do livro "Tundavala", escreveu Guedes de Amorim:
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"Rêgo Cabral parte da realidade para a ficção, diga-se: da vida, como experiência, através de histórias imaginadas, atinge ou representa ou mostra vida que poderia ter acontecido. Há um forte sabor a verdade nas páginas que lhe saem das mãos. Há também isto que ainda hoje se chama dignidade literária: Escreve bem, escreve correctamente, escreve mesmo brilhantemente."
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E Pinharanda Gomes:
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"Poeta, o autor? Porque não? Mas prosador de se lhe tirar o chapéu, isso é!"

domingo, 26 de setembro de 2010

Primeiro Prémio (Pintura) na Bienal de Penedono

Vista parcial da exposição

De um total de 80 obras inscritas, da autoria de 52 artistas, foram seleccionados 63 trabalhos de 45 artistas para efeitos de exposição e premiação.
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Integraram o Júri a pintora Florentina Resende (Presidente do Júri), a escultora Anabela Paiva, o pintor José Mário Santos, o pintor Alfredo Barros (artista plástico convidado) e o Presidente da Câmara de Penedono, Carlos Esteves.
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Com base nos critérios previamente estabelecidos (criatividade, poética, técnica e equilíbrio estético/compositivo), o Júri decidiu atribuir o "Prémio de Pintura - 1ª Bienal de Artes de Penedono" à obra "Os Grandes Transparentes II", de Sérgio Reis, e o "Prémio de Escultura - 1ª Bienal de Artes de Penedono" à obra "Condicionado", de Nuno Mendanha.
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O Júri decidiu também distinguir com Menções Honrosas obras de Ana Pais Oliveira, Francisca Mariz, Hermínia Cândido, Hugo Bastos, Maria Rafael, Paula Costa (AluaPólen), em Pintura, e a Manuel Pinto e a Rui Mota Pinto, em Escultura. Para incentivar o desenvolvimento criativo dos artistas de Penedono, foi ainda atribuída uma Menção Especial de Participação à obra "A Costureira", de António Amaral Martins.

O Júri: Florentina Resende, Anabela Paiva, Carlos Esteves, Alfredo Barros e José Mário Santos

Sérgio Reis recebendo o prémio


Sérgio Reis, "Os Grandes Transparentes II", acrílico s/tela


Nuno Mendanha, "Condicionado", bronze

AluaPólen, "Atlântida", óleo s/tela

Ana Pais Oliveira, "New Strange Place To Live #17", mista s/tela

Francisca Mariz, "Mifran", acrílico s/cartão


Hermínia Cândido, "Elos de Vidas Urbanas", técnica mista

Hugo Bastos, "A Viagem", mista s/tela

Maria Rafael, "No Mundo das Memórias", acrílico e óleo s/tela

ARTISTAS PARTICIPANTES (Pintura e Escultura)

Alberto Miranda

"AluaPólen"/Paula Costa (M.H. - Pintura)

Ana Pais Oliveira (M.H. - Pintura)

Angelo Ribeiro

Antónia Gomes

António Alberto Pedregal

António Dias Machado

Aparício Farinha

Cristina Marques

Dina de Sousa

Enrique Williams

Francisca Mariz (M.H. - Pintura)

Guilha

Henrique do Vale

Hermínia Cândido (M.H. - Pintura)

H. Romano

Hugo Bastos (M.H. - Pintura)

Humberto Santos

Isabel Braga

João Macedo

José Correia

Josefa Galhano

Luís Alenquer

Luís Santos

Luísa Pintado

Manuel Pinto (M.H. - Escultura)

Maria Rafael (M.H. - Pintura)

Maria Sá

Maria Vaz

Martins (Menção Especial do Júri)

Moisés Tomé

Nuno Franco

Nuno Mendanha (1º Prémio - Escultura)

Paula Aniceto

Paula Fidalgo

Paulo Medeiros

"Pólen"

Raul Ferreira

Ricardo de Campos

Rosa Pereira

Rui Mota Pinto (M.H. - Escultura)

Sameiro Sequeira

Sérgio Reis (1º Prémio - Pintura)

Sérgio Sá

Silvestre Raposo

Penedono, um museu vivo

FONTE: catálogo oficial da Bienal

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Ricardo Cardoso na Casa da Cultura da Mêda

Performance "Sem Título: ...? - 2", de Ricardo Cardoso - Casa Municipal da Cultura de Mêda, 17 de Outubro, 16.30 horas.

Ironicamente intitulada “Sem Titulo: … ? – 2”, esta performance confronta o observador com a maneira como se sente um jovem artista, formado e licenciado para produzir “obras de arte”, numa sociedade feita de títulos.

“O mundo da arte pode tornar-se formalizado (...)”. “Tal formalidade é uma ameaça à frescura e à exuberância próprias da arte” (George Dickie).

Contudo, deve defender-se que a “obra de arte” não venha a ser um objecto de vaidades de um determinado burguês, que a escolhe e compra atendendo à importância do artista ou para condizer com a decoração da sua sala. “Quem compra um quadro apenas para cobrir uma mancha no papel de parede não vê a pintura como o padrão aprazível de cores e formas” (Jerome Stolnitz).

O jovem artista terá então de procurar sobreviver sem se prostituir intelectualmente, descurando os aspectos criativos para ser um mero técnico de execução das ditas “obras de arte”.

Esta performance é um aprofundamento das ideias defendidas nas performances “Sem título: ... ? – 1” (Posto de Turismo de Seia/IX ARTIS-Festa das Artes e Ideias) e “Asas de Pelicano” (Fábrica Braço de Prata, Lisboa). Na primeira, questionei o lugar do jovem artista no mercado da arte. Na segunda, levantei a questão do que será a obra de arte – o objecto final ou o momento da sua execução? Não pretendo valorizar em demasia o artista em desfavor do objecto artístico, mas sim apresentar e partilhar questões que me incomodam, sobre o significado da obra de arte e do papel do jovem artista no contexto do mercado da arte.

Que este “Manifesto do nada” possa despertar consciências e relançar uma discussão construtiva em torno da problemática dos jovens artistas e da necessária renovação cultural.

Ricardo Cardoso, 25 de Setembro de 2010

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

5ª BIENAL DE GRAVURA DO DOURO


Até 31 de Outubro de 2010, o Douro recebe a maior exposição de Gravura já realizada em Portugal, a 5ª Bienal Internacional de Gravura do Douro, apresentando 750 obras de 360 artistas de 74 países, distribuídas por 16 exposições.

A Bienal começou timidamente em 2001, pelas mãos do Núcleo de Gravura de Alijó, mas a 5ª edição alarga-se este ano até ao Porto e Vila Nova de Foz Côa, em diversas mostras associadas ao Património duriense, teatro, gastronomia, concertos e workshops.

Alijó acolhe 6 exposições e um projecto outdoor digital mas o centro da bienal fixou-se na Régua, onde o Museu do Douro (um espaço amplo e agradável, voltado para o rio Douro e oficialmente inaugurado a 20 de Dezembro de 2008) acolhe a exposição de homenagem ao artista catalão Antoni Tàpies (n. Barcelona, 1923) e uma parte das obras dos artistas convidados, de vários países. As restantes, distribuem-se pelo Museu de Arte e Arqueologia do Vale do Côa, recentemente inaugurado, Centro Cultural de Foz Côa, Teatro de Vila Real e Pavilhão Gimnodesportivo de Alijó. O Centro Português de Serigrafia (Portugal) e a Ury Art Gallery (Porto Rico) apresentam obras dos seus artistas no Auditório Municipal de Alijó. A Associação Água-Forte (Portugal) mostra-se no Museu do Pão e do Vinho de Favaios, pré-inaugurado no início de 2010.

Antoni Tàpies

Os porto-riquenhos Rafael Trelles (Santurce, 1957) e Fernando Santiago apresentam-se individualmente no Porto e na Biblioteca Municipal de Alijó, respectivamente, enquanto o português Silvestre Pestana (Funchal, 1949), conhecido pelos seus projectos multimedia, mostra o seu trabalho em Alijó.

Bienal de Gravura do Douro
Museu do Douro

Museu do Côa (MAAVC)

terça-feira, 7 de setembro de 2010

JOSÉ CARLOS MALATO, O APRESENTADOR PINTOR


Quando se mudou para o Porto em 2002, o conhecido apresentador de televisão José Carlos Malato começou a frequentar as aulas de pintura de Ophelia Marçal.

Entre 2005 e 2007, Ophelia Marçal e José Carlos Malato apresentaram o seu trabalho em diversas localidades do Alentejo e no Porto, através de uma exposição itinerante intitulada "Poética da Imagem - A Mestra e o Aprendiz: Ophelia Marçal e José Carlos Malato”. Admirador de Paula Rêgo, o apresentador declarou ao JN que “Na pintura, eu coloco todos os meus fantasmas, as inquietações. (…) os meus silêncios estão na tela.”

Em 2009, Malato foi convidado para embaixador dos refugiados em Portugal. Durante a gala que decorreu no Casino Estoril, no âmbito das comemorações do Dia Mundial do Refugiado, foram leiloadas várias pinturas, uma das quais do próprio Malato, “por um preço muito simpático”.

Na RTP, a jornalista e apresentadora Dina Aguiar também se dedica há alguns anos à pintura, participando regularmente em exposições colectivas.

José Carlos Malato nasceu em Monforte, Portalegre, a 7 de Março de 1964.

Licenciatura em Ciências da Comunicação pela Universidade Nova de Lisboa.

Locutor de rádio desde a década de 80, na Rádio Renascença e RFM, realizou vários programas para a Rádio Comercial e Antena 3. Foi professor assistente da Universidade Autónoma de Lisboa.

Apresentador de televisão, locutor e copyrwiter português. Uma rua da sua terra natal tem o seu nome.

LAURO CORADO RECORDADO EM AVEIRO

Pintura de Lauro Corado, Galeria da Capitania, Aveiro, 21 de Agosto a 19 de Setembro 2010.

Lauro Corado - Auto-retrato, 1957

Decorre até ao dia 12 de Setembro, na Galeria da Capitania, em Aveiro, uma exposição de obras do pintor aveirense Lauro Corado (1908-1977), pai do realizador e professor de cinema, Lauro António.

A exposição é composta por diversas pinturas a óleo do artista, pertencentes ao acervo municipal, representativos do virtuosismo técnico e nível artístico de Lauro Corado, que abordou as mais diversas temáticas na sua obra. (Ver imagens da exposição no blog de Lauro António).

Aveirense ilustre, com nome de rua, o artista foi homenageado em 2008, no centenário do seu nascimento (10 de Janeiro de 1908) com uma exposição na Casa das Artes de Vila Nova de Famalicão, integrada no Famafest 2008. Foi igualmente recordado nos 150 anos do Teatro Aveirense, ocasião em que foram destacados 18 aveirenses ilustres, de Francisco Homem Christo (1860-1943) a Zeca Afonso (1929-1987).

Lauro da Silva Corado nasceu em Aveiro em 10 de Janeiro de 1908 e faleceu em Lisboa a 1 de Setembro de 1977.

Estudou em Aveiro, na Escola Industrial de Fernando Caldeira, e depois na Escola Superior de Belas Artes do Porto, onde foi discípulo de António Carneiro e de Joaquim Lopes e concluiu o Curso Superior de Pintura.

Em 1933, foi aprovado com “mérito absoluto” no concurso de provas públicas para professor de Pintura da Escola Superior de Belas Artes. Ainda nesse ano, visitou Itália, França e Espanha como bolseiro do Instituto para a Alta Cultura, regressando em 1945 a Espanha com o patrocínio do mesmo Instituto.

A Escola Industrial Infante D. Henrique na actualidade (foto S.R.)

Iniciou a sua carreira de professor no Porto, na Escola Industrial e Comercial Infante D. Henrique, leccionando depois na Escola Industrial e Comercial Dr. Azevedo Neves, Viseu, em 1941, e na Escola António Arroio, a partir de 1942.

Em 1949 faz Exame de Estado para professor efectivo do Ensino Técnico. Entre 1950 e 1958, lecciona na Escola Industrial e Comercial de Portalegre. Aí, conviveu com José Régio e expôs as suas obras na Escola da Corredoura, em 1955, e no Salão Nobre do Governo Civil, em 1958.

De regresso a Lisboa, em 1958, é Colocado na Escola Técnica Elementar Nuno Gonçalves, regressou a Lisboa em 1958, leccionando depois na Escola de Artes Decorativas António Arroio.
A sua primeira exposição individual teve lugar na Associação Comercial de Aveiro.

Foi distinguido com a 1.ª e 2ª medalhas da S.N.B.A. de Lisboa, os 1.º e 2.º prémios e Medalha de Ouro da Câmara Municipal de Lisboa, o prémio José Malhoa e o 1.º prémio da Exposição Antoniana do Estoril.

Encontra-se representado em museus e colecções particulares de Portalegre, Espanha, Brasil, Canadá, EUA e Alemanha.


Biografia completa


Lauro Corado - Atelier em Lisboa