sábado, 22 de janeiro de 2011

PINTURA DE ALFREDO BARROS EM SEIA


Abriu hoje ao público na Casa Municipal da Cultura de Seia, uma importante exposição de Alfredo Barros, artista natural de Matosinhos e professor em duas das mais prestigiadas escolas de ensino superior artístico portuguesas, cuja obra mereceu diversos prémios nacionais e internacionais.
.
A exposição consta de 31 telas a óleo, em diversos formatos, abrangendo várias temáticas: natureza morta, paisagem, temas alegóricos centrados na figura humana.
.
A pintura realista de Alfredo Barros é marcada por uma acentuada exigência de qualidade técnica e pela preocupação com o conteúdo poético de cada obra. Pode até dizer-se que, ao contrário das intenções hiper-realistas, Alfredo Barros coloca todo o seu virtuosismo técnico ao serviço dessa poesia da imagem, por vezes com forte orientação narrativa.
.
Pormenor de "Estudo a lápis para um tubo de tinta", 2007, óleo s/tela

A mostra decorre até 13 de Março 2011, no horário normal de funcionamento (das 10.00 às 18.00 horas) e ao domingo (das 14.30 às 17.30 horas).




quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

ALFREDO BARROS - Exposição em Seia

Pintura, Casa Municipal da Cultura de Seia - 22 de Janeiro a 28 de Fevereiro 2011

"O Mundo de Dante"


“Preocupo-me sempre que o quadro tenha uma estória que procuro contar, mas que depois tenha milhares de interpretações, cada pessoa é uma interpretação dessa estória. E preocupo-me que haja subjacente a essa estória uma componente poética” (1).
Alfredo Barros

Pintor figurativo, Alfredo Barros desenvolveu uma obra consistente, nos temas e nas técnicas.

Apaixonado pelo classicismo, o artista concilia esses valores estéticos com a modernidade, fugindo à frieza imediata do hiper-realismo, que “é só a habilidade da execução” (1). A obra de arte contém necessariamente uma dimensão poética que remete para a subjectividade do seu tempo e não, apenas, para a realidade factual, explorada com melhor proveito pela fotografia – que possui já uma dimensão “pictórica”, proporcionada sobretudo pelos avanços da fotografia digital.

O que não oferece qualquer dúvida é a qualidade quase obsessiva da pintura de Alfredo Barros, que o músico e também pintor A. Cunha e Silva (n. Leça da Palmeira, 1941) considera “um perfeccionista de carácter impulsivo”(2).

Os temas preferidos enquadram-se igualmente numa evocação classicista, sobretudo as naturezas-mortas e os fundos com paisagens, privilegiando as paisagens açorianas, que Alfredo Barros muito admira e visita regularmente, mas também na evocação mitológica e onírica das figuras humanas, através da pose, definição de volumes e atributos distintivos.

Trata-se de uma pintura de composição e pormenor, dominada pelo equilíbrio e pela harmonia, cujo conteúdo plástico e literário visa atrair o espectador aos ambientes poéticos e por vezes oníricos criados pelo artista, comprometendo um e outro no sentido global de cada obra.

Alfredo Barros nasceu em Matosinhos.
Licenciado pela Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto, onde leccionou durante vários anos. Presentemente é professor da Escola Superior de Artes e Design (ESAD).
Do seu vasto currículo artístico, para além das diversas exposições individuais e participação em inúmeras exposições colectivas, destacam-se os prémios internacionais – o último dos quais, em 2009, foi o Prémio Carreira da Asssociação italiana Progetto Athanôr.
A sua actividade criativa estende-se à cenografia e ilustração de obras de literatura infantil (3) e livros didácticos.

(1)-Entrevista ao jornal Matosinhos Hoje
(2)-Texto da exposição “O tempo eterno em fragmentada suspensão”, Galeria Artes Solar Stº António, Porto, 2009
(3)-Principalmente obras de Nazaré de Castro.


"Era uma vez um pimento"

"A festa"

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

ARCO 2011 - 30 ANOS

A Feira Internacional de Arte Contemporânea de Madrid, ARCO 2011, que este ano celebra 30 anos, decorrerá entre os dias 16 (18, para o público em geral) e 20 de Fevereiro, no Centro de Exposições de Madrid.

Visando promover a arte contemporânea, criar património e apoiar a recolha e galerias de arte, o evento agora dirigido por Carlos Urroz apresenta este ano mais de cem exposições de artistas de vários países.

Como principais pólos de interesse desta edição de aniversário, regista-se uma panorâmica da arte russa contemporânea através da participação de uma dezena de galerias russas seleccionadas por Daria Pyrkina, “solo projects” de artistas latinoamericanos e destaque para jovens galerias europeias com menos de 8 anos.

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

MALANGATANA (1936-2011)


Já não se encontra entre nós o artista e poeta moçambicano Malangatana Valente Ngwenya, que o cancro levou a 5 de Janeiro de 2011, a cinco meses de completar 75 anos.

Nascido a 6 de Junho de 1936 na vila de Matalana, então território português, a sua vida é um exemplo de persistência e compromisso na luta por um futuro melhor para todos. Após diversas ocupações e empregos modestos(1), teve a sorte de conhecer homens como o arquitecto Garizo do Carmo (que lhe despertou o gosto pelas artes), Augusto Cabral e Zé Júlio (que o apoiaram nos primeiros passos como artista) e o arquitecto “Pancho” Guedes (2) (que patrocinou a sua estreia e primeiros sucessos como artista profissional), mas Malangatana também soube corresponder – e bem – às expectativas. Uma vida preenchida, que se estendeu por vários países, sempre com Moçambique e Portugal no centro de todos os rumos e no coração, prestigiando Moçambique e desenvolvendo culturalmente a sua terra natal, sobretudo através da Fundação Malangatana e do Centro Cultural de Matalana, graças a protocolos e colaboração diversa com organismos e entidades internacionais. E também como deputado nacional (1990) e membro da Assembleia Municipal de Maputo (1998, 2003).

Centro Cultural de Matalana

Como artista, praticamente autodidata, tocou quase todos os géneros: desenho, pintura, gravura, escultura, cerâmica, murais (pintados ou gravados em cimento), tapeçaria. Frequentou em Lourenço Marques (actual Maputo) o Núcleo de Arte e foi bolseiro da Fundação Calouste Gulbenkian em 1971, para estudar gravura e cerâmica em Portugal.

As suas temáticas acompanharam a situação colonial de Moçambique até 1975, incluindo toda a guerra colonial (realizou a primeira exposição individual em 1961), a independência e a guerra civil, passando depois a destacar a dureza da vida quotidiana enquadrada por valores humanistas e, desde a década de 80, a sensualidade e o amor. Os seus textos e poemas (Malangatana foi também músico e poeta, encontrando-se representado na “Antologia da Poesia Moderna Africana”), assim como as entrevistas que concedeu, reafirmam paralelamente as preocupações dominantes em cada fase da sua obra, o que reforça a sua consistência global, confrmando-o não só como o “Picasso” africano mas, sobretudo, como figura incontornável da Cultura africana do século XX.

Notas
(1) -
Relance sobre a vida de Malangatana (Fundação José Saramago).
(2) - O arquitecto Amâncio d’Alpoim Miranda Guedes, conhecido como Pancho Guedes, nasceu em 1925 em Portugal. Estudou em diversas cidades africanas, de S. Tomé e Príncipe a Joanesburgo, Lisboa e Porto. Leccionou arquitetura na Universidade de Witwatersrand, em Joanesburgo. Foi também pintor, escultor e coleccionador de arte e artesanato.
Nos anos 50 e 60, viveu em Moçambique, onde realizou mais de 500 projectos de arquitectura - e conheceu Malangatana. Começou a pintar quando ainda era estudante de arquitectura em Joanesburgo. Participou na Bienal de S. Paulo, Brasil, em 1961, e na Bienal de Veneza em 1975.
Comendador da Ordem de Santiago e Espada, recebeu a Medalha de Ouro de Arquitetura do Instituto dos Arquitectos Sul-africanos. Doutor “honoris causa” pelas universidades de Pretória e Wits, na África do sul.

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

PROCURA DE MIM

EXPOSIÇÃO DE HENRIQUE DO VALE NA OLGA SANTOS GALERIA


No dia 14 de Janeiro, pelas 21.30 horas, Henrique do Vale vai apresentar na Olga Santos Galeria, no Porto, a exposição “Procura de Mim”.

A mostra decorre até 26 de Fevereiro 2011.

Estes trabalhos não são alegorias.”(2)

O Henrique do Vale é um artista liberto das tradições académicas que desenvolve as suas próprias fantasias pictóricas.
O seu processo de pintar revela-se descontraído e a sua paleta, luminosa e garrida, onde dominam os tons quentes, desperta fenómenos sensoriais a quem contempla os seus trabalhos. Temos a sensação de que existe vida oculta nas suas delicadas figuras.
Para o Henrique do Vale, a pintura é uma actividade essencial e urgente e do seu gesto expressivo e das suas pinceladas virtuosas resulta uma dinâmica visual onde as figuras surgem como se vindas do inconsciente. O seu traço táctil e apaixonado proporciona-nos viagens imaginárias.
Não importa o que se pinta desde que se pinte bem e estes trabalhos do Henrique do Vale, não sendo alegorias e nem contando histórias, são, para mim, pequenos poemas.

Margarida Ibáñez
Novembro 2010



(1) - Texto de divulgação da exposição (press release da Galeria).


Olga Santos Galeria
Praça da república, 168, 1º frente 4050-498 Porto
www.olgasantosgaleria.blogspot.com

sábado, 1 de janeiro de 2011

2011 - ANO INTERNACIONAL DA QUÍMICA E DAS FLORESTAS


2011 será o Ano Internacional das Florestas e da Química (resoluções da UNESCO nºs 61 e 63, respectivamente). Urge recentrar as atenções internacionais na importância ambiental e económica das florestas e, paralelamente, reconhecer a “química como ciência indispensável para a sustentabilidade de todos os processos vitais da actualidade” tendo em vista valorizar o seu contributo na procura de soluções para os desafios globais.
A Química é fundamental para a compreensão da humanidade e sua acção sobre o nosso planeta e o cosmos. Durante o AIQ, a comunidade científica distinguirá o papel essencial da química no desenvolvimento do conhecimento humano, visando ainda incrementar o interesse dos jovens pela Química.
No blog Artes Vivas procuraremos tratar algumas das ligações entre a Química e a Arte.