segunda-feira, 23 de setembro de 2013

António Ramos Rosa (1924-2013)


António Ramos Rosa partiu hoje (23 de setembro). Serão sempre nebulosas e oblíquas as tentativas poéticas de libertação do real mas Ramos Rosa deixa-nos preciosas reflexões claras sobre a importância da poesia, “liberdade livre”, e poemas inesquecíveis como “Estou vivo e escrevo Sol” (1960) ou “Não posso adiar o coração” (1975). 

eis que o silêncio
assume
a forma do silêncio

eis que a palavra encontra
o seu lugar no muro

oiço o diálogo da terra
com a terra

vejo um frágil arbusto
com o seu nome aceso
no silêncio da terra

António Ramos Rosa, Pulsações da Terra (1979)

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